Um ciclo se fecha

Turim vista do Monte dei Cappuccini com o símbolo da cidade: a Mole Antonelliana

 Eu não poderia dar adeus a este ano sem dar um devido adeus ao ciclo que há alguns meses foi fechado. Voltei para a minha tão querida terra brasileira em agosto mas é inegável sobre o tanto que vivi em – quase – um ano distante (ou 11 meses para ser mais exato). Um ano que serviu de no mínimo uns 5. Um ano com a sensação de tantas vidas vividas em uma só.

 A definição para esse período foi aprendizado. Um aprendizado enorme; às vezes brusco; às vezes solitário mas nunca deixou de ser a junção de novas experiências buscando o autoaprendizado. Não vou dizer que tudo foi uma eterna maravilha ou totalmente fácil, ao menos de início, mas posso dizer que os sentimentos eram muito extremos. Era explodir de felicidade mas também chorar muito; é não querer voltar para aproveitar o que há lá fora ao mesmo tempo que a saudade batia forte por querer mostrar as novidades àqueles que ficaram.

 É ter me aproximado ainda mais da minha própria companhia e lidar entre o meu melhor e pior sentimento para reconstrui-los. É lidar com o meus medos e seguir em frente porque – apesar do apoio dos amigos – era eu por mim mesmo.  Mas também é criar grandes amizades com pessoas de perfis totalmente diferentes aos quais eu estava sempre acostumado.

Pizzas e um pseudo-lual na sacada da This

 Pude ver que era possível viajar para países em que não falava nada do idioma e nem mesmo tentando associar ao inglês; ou outra língua que eu fale, ajudasse a facilitar mas mesmo assim ter me virado muito bem e me divertido. O que dizer de visitar o leste europeu sem falar a língua dos anjos?! Eu e minha amiga Elly saímos vivos de lá e muito bem! Inclusive, ter conhecido esses cidades no verão foi algo ainda melhor e deixou tudo mais animador.

Pelas ruas de Praga, na República Tcheca.

 Tive sorte de morar com pessoas maravilhosas e organizadas. Consegui ter deixado a minha vida mais regrada e comido de um jeito mais saudável. Eu pude rever meus conceitos e afirmar que carne não era a parte mais essencial de uma refeição e aprendi a fazer,  tendo ainda mais gosto, pratos diferentes e vegetarianos. Um grande prazer meu era o de pegar os ingredientes que tinha na geladeira e inventar... e que saudades de fazer vários tipos de risotto!

"O Nascimento de Vênus (1483)" de Botticelli na Galleria degli Uffizi, em Florença <3

 Tive o imenso prazer poder ter visto pessoalmente as grandes obras da história da arte. Eu pude ver Picasso, Salvador Dalí, Mucha, Degas, Monet, Caravaggio e tantos outros. Quando mais eu poderia ir a Milão apenas para ver uma exposição do Alphonse Mucha ou ir à Londres ver as obras de William Morris? Poder ter ido ao Louvre ou à Galleria Degli Uffizi? Parece algo tão surreal saber que estive diante de tudo isto que tinha visto só nos livros e que as obras eram reais e absurdamente maravilhosas!

 Foi aprender a lidar amargamente com a quebra de expectativas. Vivenciar que nem sempre as pessoas são simpáticas e que a universidade escolhida não chegou nem aos pés da sua de origem; que há muito distanciamento entre professor/aluno ou que grande o tratamento cotidiano pode ter um jeito um tanto grosseiro. A gente só percebe que não é daquele lugar quando não entendemos o funcionamento de certos aspectos culturais porque estes não são nossos. Por outro lado, pude esquecer a mágoa do jeitinho italiano de ser ao conhecer os meus parentes distantes – que nunca tinha sequer falado com eles – e ter um tratamento tão acolhedor como se eu sempre tivesse estado ali. <3

 Dentre esse turbilhão de sentimentos; eu posso dizer que sobrevivi. Cresci, cresci e cresci muito.

 A única certeza que tive ao entrar no meu voo de partida foi que aquele que foi (com um certo medo) pra Itália não é aquele que voltou. Eu me abri ao mundo e o mundo se abriu a mim para que eu pudesse absorver e explorar o desconhecido.

 Este ciclo explorador e aventureiro pode ter se fechado neste ano mas suas marcas vão ficar eternamente em mim.

Um grande obrigado e que o próximo ano traga boas energias a todos nós. Feliz ano novo!

Até mais! :)

Candem Town & Amy Winehouse


 Há 5 anos uma alma brilhantemente talentosa nos deixou. Há 5 anos alguém que preencheu de um jeito enorme uma ótima fase da minha vida se foi. Mais uma vez, esta foi uma das artistas que eu demorei muito tempo para apreciar o trabalho dela mas quando o fiz; fiquei totalmente preso entre a arte e o seu mundo.
 A Amy fez parte do meu ano de 2011 e 2012; depois de muito tempo sendo recomendada pela minha melhor amiga dizendo sempre que eu adoraria o estilo dela. Dito e feito! Se tornou uma das minhas cantoras preferidas da época e sua poesia – apesar de na maioria das vezes mostrar as confissões sobre as dores da alma e o sufoco criativo pelo qual ela passou – me inspirou muito e ainda me inspira. Fiquei muito feliz por poder ter visto, em maio, a exposição "Amy Winehouse: A Family Portrait" no Museu Histórico Judaico em Amsterdam e agora, em julho, pude ir ao bairro onde ela morou, trabalhou e infelizmente morreu em Londres: Candem Town.



 Candem Town é um distrito em Londres e por lá é onde muita coisa alternativa acontece! Na Chalk Farm Road é onde tem muitas feiras e mercados de rua; lá se vende artesanato, chápeus, roupas, comida e é onde tem a melhor opção para comprar souvenires com um ótimo preço! Também era em um dos quiosques de Candem Market onde Amy costumava trabalhar antes da fama.
 Por lá se encontra a estátua de bronze em sua homenagem! Foi feita em 2014 por Scott Eaton e inicialmente foi proposta de ficar em um antigo galpão, onde hoje é um local para shows, chamado Roudhouse mas realmente está na Stables Market porque tem melhor localização. Falando nisto, dentro da Stables não tem nenhuma indicação sobre onde fica a estátua; mas é só seguir rumo às escadas que levam ao subsolo (sem descer!) porque está bem perto das grades.


Eu e minha miga Amy! <3
  Ainda pelos arredores, saí das feiras rumo à casa dela. Eu esperava por um prédio de grandes proporções ou até mesmo um tanto ostentadora. Mas não! O catinho dela, na Candem Square 30, é pequeno e o bairro calmamente acolhedor. Com casas bonitas, muitas árvores pelas ruas e em frente à sua casa tem um parque. Por ali é possível encontrar várias mensagens deixadas pelos fãs em homenagem ou até mesmo perucas! E sempre vai existir um brazuca para gerar algum meme, né? Teve até uma mensagem com "Miga, sua louca! Você era um máximo! [...]". Cadê a pessoa maravilhosa, que se chama Cris, que escreveu esse bilhete? Quero ser amigo! Hahaha :D





 E antes disto, tive o prazer de conhecer a exposição "Amy Winehouse: A Family Portrait"; com curadoria do seu irmão Alex Winehouse,  no Museu Histórico Judaico de Amsterdam. A narrativa vai além do superficial ou foco nos problemas vividos por ela; permitindo ao público de apreciar um pouco da sua história e vida pessoal. Mostrando ênfase no seu gostos musical, seu vestuário, contando sobre a história judaica de sua família e o seu jeito artisticamente hiperativo nos tempos de escola. É um arquivo confidencial cheio de fotos familiares, roupas, cds e até mesmo o seu primeiro violão! Também conta com uns dos grammies que ela já ganhou! Vendo os seus vestidos dá para notar o quão magra esteve nos perídos de 2007 e afins e isto me deu um grande aperto no coração.




 Apesar da grande tristeza da data, acho que seja um ótimo momento para escutar as músicas dela e se lembrar dos bons momentos de sua vida. Todo artista precisa de espaço, assim como ela sempre quis, e a inspiração e a criação são coisas que preenchem muito a vida – não só de quem a produz – mas também daqueles que a apreciam. Com certeza a admiração pelo trabalho dela durará por muitos mais anos.

Que descanse em muita paz e um grande obrigado por sua arte! <3

Até logo! :)

Tempo das flores


"   No fim de maio, saímos em busca da dispersão da mente.
Nos tempos das flores, o sol dá timidamente as caras.
Por aqui, há aqueles que não o viam com frequência.
Muitas vezes, se mescla aos momentos de chuva.
Outras vezes, o mormaço nos confunde e nos incomoda.

   No tempo das flores, eu posso ver, ainda existe felicidade.
O florescimento adentra em nossas almas.
A oportunidade de um pequeno fascínio aparece em coisas simples;
em lugares aleatoriamente percorridos.
Pode estar reservadamente ao lado de um objeto grandiosamente mais enfático.
Mas está ali; possuindo – tanto quanto – o direito de encantar.
Pois esta é a sua temporada. Este é o tempo das flores.   "




 Seja por coincidência ou não, o fim do mês de maio me trouxe um pouco mais de oportunidades fotográficas na minha rotina. A poesia tomou conta para poder expressar, um pouco mais, de um jeito verbalmente ilustrativo os bons momentos vividos neste mês. Logo faço 9 meses vivendo na Itália e o dia em que darei adeus a este país está cada dia mais próximo. De qualquer jeito, a felicidade e a animação têm ficado em nós e isto é muito bom! Que as coisas sejam boas nos tempos que ainda nos restam.

 As flores rosadas são o retrato de mais uma tentativa de visitar a Villa della Regina, aqui em Turim. Fomos mais uma vez em um domingo e demos o azar de fecharem os portões de entrada muitas horas antes do verdadeiro fechamento do parque. Barrados de novo! Porém, o lado bom disto tudo foi encontrar essas belezas no caminho. Entre risadas, memes, piadas e uma ótima companhia; eu e minha amiga Elly tiramos fotos um do outro.

  As mais recentes e menores são as flores brancas e parisienses. Foi minha segunda vez na maravilhosa cidade luz – Paris – e eu fiquei muito feliz em poder revisitá-la porque fiquei pouco tempo e então não vi tantos pontos turísticos na minha primeira ida. Desta vez, andei demais; revi lugares nos quais já tinha me encantado (e me reencantei!) e só me faltou visitar o Museu de Orsay porque estava começando a tremenda e infeliz chuva que estava tendo por estes dias por lá. Os registros fotográficos foram feitos em uns dos cantos mais escondidos e tranquilos dos Jardins du Trocadéro e tem a Torre Eiffel como o seu plano de fundo; juntamente do do Palácio de Chaillot. Tanto os jardins quanto a torre foram criadas para a grandiosa Exposição Universal de Paris* de 1878.
 Nos deitamos naquelas gramas cheias dessas florezinhas e fizemos essa sessão de fotos. Tudo muito tranquilo, tudo muito cheio de alegria e diversão; e este foi o resumo da nossa viagem – na qual teve Lille e Amsterdam juntas também. <3

Elly entre as flores da Villa della Regina

Eu, pelos olhos da Elly.

Sobre os risos sinceros sobre os Jardins du Trocadéro.
Quando a serenidade e felicidade se encontram.

Duplamente (ou triplamente?) florida.

Primaveril.


 Até logo! :)


21 anos de Post (1995) – Björk


 Ontem, 13 de junho, um álbum maravilhoso complementou a mesma idade que eu: 21 anos! Post foi lançado em 1995, pela Björk, é considerado um dos maiores álbum dela e também um marco da década de 90. Sou muito suspeito para falar porque no ano passado eu realizei um projeto acadêmico de design com o nome de Björk's Post 20th Anniversary; consistindo na transcrição do álbum para uma proposta de série animada. Com isto, eu estudei sobre a sua produção, conceito e muitas influências por trás da sua criação. Posso afirmar que foi o trabalho em que tive mais prazer de realizar durante toda a minha faculdade; já que esse foi no meu último e quarto ano. Realizei também um livreto descritivo mostrando todo o enredo que criei; com ilustrações, conceitos e também os pôsteres de divulgação do projeto. Caso queiram vê-lo, é só acessar o meu portfólio.


Björk's Post 20th Anniversary: meu projeto em comemoração ao vigésimo ano do álbum. <3


 Björk considera Post como um álbum destemido porque fala sobre que deixa o seu lar, sua cidade para encarar um novo e inexplorado mundo. O álbum é o reflexo das suas vivências depois de se mudar para Londres; onde ela pôde se adentrar à cena urbana e musical da cidade, absorvendo influências do trip-hop e misturando também com o jazz, a música ambiente e também com a eletrônica – e esta é um dos seus traços mais marcantes ao longo da sua carreira.
 Ela deixa o seu lar para viver coisas totalmente novas; ela descobre que há mais pessoas que pensam como ela e que o álbum consegue ter braveza ao mesmo tempo em que consegue ser assustador. Estes pensamentos me fizeram entrar neste universo de um jeito muito forte porque estava prestes a começar o meu intercâmbio e a minha jornada. Tudo novo. Tudo euforicamente e assustadoramente novo. Então a empatia sobre a grande incerteza que é explorar um novo lugar me tomou conta!

 A abertura de Post é com a música "Army of Me" e esta tem uma pegada agressiva e industrial. É dedicada ao irmão mais novo dela como uma forma de conselho – mesmo que agressivo – para que possa levantar e trabalhar porque não tem nada de errado nele.
 A segunda música – "Hyperballad" – além de ter um clipe poeticamente tecnológico, possui um instrumental muito bonito (que eu recomendo escutar a versão estendida, caso veja o clipe, porque é possível escutá-lo nela). Ela também diz que Hyperballad é "uma música de amor escrita por Aphex Twin"* e o seu conteúdo é um tanto curioso: é a descrição sobre viver no topo de uma montanha e vendo o pôr do sol através de um penhasco. De lá, Björk joga objetivos enquanto pensa em seu próprio suicídio e este ritual lhe permite exorcizar os pensamentos ruins e retornar ao seu amado.
 E por que um suicídio? Por que se desfazer destes objetos? Tudo isto é devido ao sentimento de se livrar das frustrações. Hyperballad é sobre estar tudo bem em um relacionamento apesar de você ter desistido ou cedido de algumas partes de si mesmo porque estar em uma troca amorosa é dar várias partes de você ao ponto de ser um único e simples indivíduo já não é tão importante.  É como se cada um precisasse esquecer um pouco de si dentro de uma relação.


 Como Post é algo aventureiro, as músicas atravessam pelos mais diferentes climas. Em alguns momentos é totalmente eufórico, agitado e agressivo – como em "Enjoy"; "It's Oh So Quiet" e "I Miss You"; em outras é simplesmente analítico, calmo ou esperançoso  – por exemplo, em "The Modern Things" e "You've Been Flirting Again" ou "Isobel" – você sabia que este último foi dedicado a Elis Regina?! Pois é! Em outros possui um tom um tanto misterioso e tenebroso – tendo estas características em "Cover Me" e "Headphones".


 Uma das músicas que eu mais gosto – seja pelo conceito da letra quanto o instrumental ou clipe – é "Possibly Maybe". Björk a considera como a "primeira música sombria*" dela porque ela diz que esta não "estava trazendo esperança"; que estava se sentindo envergonhada já que que o sentimento de ser feliz ou ser furiosamente otimista é algo muito islandês. Foram tempos difíceis para Björk pois parecia que nada estava acontecendo.
 O que me atrai em Possibly Maybe* é desenvolvimento da obra como se fosse cada mês do ano. O primeiro verso é fevereiro e o seguinte é março; é como se fossem 30 segundos entre cada um dos versos para dar sequência ao próximo mês. A tentativa é demonstrar a passagem do tempo em um relacionamento ou os diferentes estágios de uma separação.


 Eu poderia ficar horas e horas comentando sobre os encantos de cada composição do Post se me deixassem, haha.  É um álbum que me representou muito no ano passado e ter desenvolvido um projeto baseado nele me deixou ainda mais admirado. Espero que esta postagem lhes motive a conhecê-lo e que vejam também o livreto do meu projeto gráfico porque talvez possam lhe ajudar ainda mais a ilustrar visualmente este aniversariante.

Feliz aniversário, Post!

Até mais!

[6 ON 6] Península Ibérica


  Eis que finalmente publico um 6 on 6 no dia certo! Como o tempo para o meu retorno se aproxima, incluindo finalização de trabalhos, e outros milhares de afazeres ou novidades me aparecerem; acabei demorando para escrever por aqui. Já tinha reservado as fotos para esta publicação e a minha intenção era a de fazer algo breve porque estes relatos são sobre uma viagem da qual eu sempre tive vontade de fazer e foi uma das mais esperadas – e recompensadoras – por mim neste intercâmbio.
 Fiz esta viagem em Abril e foram 12 dias maravilhosos pela Espanha e Portugal; onde tive a oportunidade e o enorme prazer de conhecer Barcelona, Porto, Lisboa, Sintra, Sevilha e finalmente Madrid (seguindo esta ordem). Com muita comida deliciosa e barata, tempo bom e cheio de sol e com muita coisa que lembra demais o nosso querido Brasil!
 E já aviso que quebrarei um pouco da tradição da tag porque colocarei um pouco mais de 6 fotos! haha.


/00. Como título da postagem, o famoso Parc Güell, construído entre 1900 e 1914 por Antonio Gaudí por encomenda do empresário Eusebi Güell. É o marco do Modernismo Catalão* (considerado a variação catalã do Art Nouveau). O parque é repleto de elementos da natureza e fantasia; também unidos às ideais políticos e religiosos; tendo seu charme nos trencadís* – técnica da qual tem a criação de mosaicos com pedaços de cerâmica ou outros materiais de fácil fragmentação.

/01. O Templo Expiatório da Sagrada Família*; também projetado por Gaudí, é um templo cristão inicialmente caracterizado pelo estilo negótico/gótico-renascentista mas teve sua reformulação baseada nas formas da natureza e na representação mais livre e pessoal da simbologia religiosa após o arquiteto assumir o projeto. A obra foi iniciada em 1882 mas esta só tem previsão de seu término em 2026 (um século depois da morte de Gaudí). O interior é magnifico! A iluminação é toda colorida e simplesmente encantadora!


/02. A fachada da Estação de Atocha*, em Madrid. Foi inaugurada em 1851 e foi construído principalmente em ferro e vidro, por Alberto Palacios, com a ajuda de Gustave Eiffel.



/03. Pela ruas de Sevilha. Uma bodega/armazém chamado Paco Gongora e se vende desde bebidas, às famosas "tapas" (aperitivos) e também aos "montaditos" – que são pequenos sanduíches.


/04. Mais uma obra de Gaudí em Barcelona: a belíssima Casa Batlló*. Assim como as demais; é uma obra poeticamente inspirada na natureza porém a Batlló tem sua base nos elementos encontrados no reino marítimo! Foi construída entre 1904 e 1906 e releva muitas texturas, com uma fachada que remete a um certo dorso de um animal e possui a intenção de fomentar a imaginação de um modo extravagante. O ingresso para entrar na casa não foi um dos mais baratos porém vale cada centavo porque a casa é fantástica e o aparelho de audioguia é todo interativo; sem falar que presenciei a casa toda florida devido ao feriado de Sant Jordí!


/05. Os tão aclamados pásteizinhos de Belém e os bolinhos de bacalhau de Lisboa. Como manda a tradição, tive o prazer de comê-los, com boas companhias, na história fábrica de Pastéis de Belém*. Segundo a história, esta nasceu em 1837 conforme uma antiga receita do Mosteiro dos Jerónimos; onde se focava na refinação de açúcar no início do século XIX. Realmente a fama da fábrica como os melhores é verdadeira porque são muito bons! Tanto na textura, apresentação e gosto são diferentes dos demais encontrados em outros locais.



/06. O Cais da Ribeira, na cidade do Porto. É um dos locais mais antigos e típicos da cidade, reconhecido como patrimônio mundial da UNESCO e é muito movimentado porque tem muitos barzinhos e restaurantes por lá!


/07. As tapas sevilhanas! Algo bem característico da Espanha: montaditos com "jamón" (presunto); churros frito – e salgados! – e uma boa sangría!

 Espero que gostem! Esta foi, sem dúvidas, uma das minhas viagens mais marcantes!

 Até mais!

Uma noite mágica com Florence + The Machine


 Florence é uma das artistas nas quais eu sempre tive um certo interesse sobre o trabalho; mas sempre adiava o dia em que eu realmente pararia para apreciá-lo. Sempre deixei para um outro momento. Isto talvez se dê porque eu sei que vou entrar totalmente no seu mundo artístico e ficar tempos admirando os conceitos, inspirações e fundamentos.
 Conhecia algumas coisas aleatoriamente sobre sua música, porém em um certo dia, saiu por aqui o anúncio da realização de dois shows nos territórios italianos para a How Blue Tour: Bolonha (no dia 13 de abril) e Turim (no dia 14). Aqui estava uma ótima oportunidade para conhecê-la melhor! Então, comprei o ingresso para mim e meus amigos (a This e o Halley); logo outras amigas e amigos compraram o deles também.

Da esquerda à direita: a Rebecca, Jéssica, Jack, Roberta e Thís (em baixo).

 É engraçado comprar ingressos com muita antecedência porque tendemos a nos esquecer da data ao pensar que está mundo longe, não? Algumas vezes até pensei em vender o ingresso porque estava sem muitos ânimos.... De repente, o dia estava mais do que próximo; voltei a me animar e ainda bem que não o vendi!
 Horas antes do show, eu me reuni com algumas amigas para conversarmos, nos aquecermos ao escutar músicas da Florence e também para pintarmos os nossos rostos. As meninas colocaram coroas de flores, tiramos fotos e foi tudo muito divertido! Todas com um look místico e humanas!  E como estávamos na casa de uma delas; que mora perto do local onde aconteceu o espetáculo, fomos caminhando até lá.
 Não chegamos muito cedo e fomos para lá um tanto depois da abertura dos portões; pensei que estaria com filas enormes e que estivesse um caos mas felizmente entramos muito rápido (não deve ter demorado mais de 15 minutos!). O irônico é que não teve revista de mochilas e essas coisas. É tão estranho entrar em um evento assim, já que estamos acostumados com esses procedimentos chatos.


 Quando finalmente achamos um lugar legal na pista, a organização ajeitava os últimos detalhes dos instrumentos para a banda, os backing vocals e a própria Florence arrasarem por lá. O PalaAlpi Tour não é um estádio assim tão gigantesco e estávamos um tanto perto do palco. Os ladrilhos cromados –  ao fundo do palco – reluziam as luzes que; ora eram brancas, azuis, alaranjadas ou em tons amarelados.
 Entre as fumaças que traziam um clima etéreo ao local, Florence apareceu! Ela estava com um vestido longo e com transparências, pés descalços e toda misteriosa em sua simplicidade. O show começou com “What the Water Gave Me” do seu segundo álbum, “Cerimonials” (2011). Acredito que o interessante desta música como abertura é como possui uma grande variação entre uma atmosfera mais tensa em seu começo para trazer, em seu decorrer, a euforia e a agitação dos vocais em versos como “Lay me down, Let the only sound, Be the overflow.” (“Deite-me, deixe que o único som, seja o transbordamento”). A segunda música foi “Ship to Wreck”; do álbum mais recente –  o How Big, How Blue, How Beautiful – trazendo um alegre estímulo com os vocais e instrumentais.


 Algumas músicas do primeiro álbum também apareceram em seguida; como “Bird Song (Intro)” e “Rabbit Heart (Raise It Up)”. Eu também me lembro dela se abrir de cantar a música “Shake It Out” ao dizer que esta foi escrita como um modo dela “se livrar dos arrependimentos; das coisas que possam nos assombrar”; é uma música realmente libertadora! Além disto, também cantou a música “Sweet Nothing” mas sem a versão eletrônica do Calvin Harris, hehe. Foi um cover ao melhor jeitinho místico e celestial dela!


 Um dos momentos mais introspectivos dela foi ao cantar “How Big, How Blue, How Beautiful”. No momento em que os arranjos orquestrais e instrumentos de sopro tomam conta da música, em seu momento de mágica leveza, a Flô (para os íntimos, haha) trava uma luta consigo mesma: ela performa dando socos em si mesma como se estivesse brigando com alguém. Foi algo engraçado quando ela disse algo como “Ah! Vocês estão por aí? É difícil notá-los quando se está dando socos no seu próprio rosto!”. Sendo mais uma vez encantadora! <3


 A Florence possui uma energia de parco incrível! Ela tem uma grande leveza em sua voz; que por sinal, chegavam a parecer inocentemente infantil nos momentos de conversa com o público. Ao mesmo tempo, transmite grande efervescência ao correr de um lado ao outro – com os pés descalços – pelo o palco como se tudo fosse uma mágica floresta. Sempre com discursos sobre transmitir o amor às pessoas ao redor, Florence também incentivou ao público a dar abraços naqueles que estavam ao seu lado; em tocar o rosto deles e distribuir este bom sentimento a todos. Foram ótimos os momentos em que ela subia na grade; descia ou andava por fora do palco, para se conectar com os fãs e também quando pegou uma coroa de flores de um deles.


 Foi uma grande troca de energias! Por vários momentos, fiquei com um sorriso bobo ao admirar toda essa bondade que ela tem. Posso afirmar que foi um momento de renovação dos sentimentos para poder limpar a mente e a alma dos demais problemas. Uma noite, com a mais absoluta certeza, mágica! <3
(P.S.: As fotos desta postagem marcam a estreia da minha mais nova câmera <3).

(O setlist do show pode ser visto aqui

Espero que tenham gostado!

Até mais!

Retratos & aquarelas


 Olha quem apareceu! Uma tag, até então, que ficou por muito tempo com a promessa de voltar e nunca reaparecia. Mas tudo tem uma motivo: a criatividade é algo estranho e não tem data para aparecer. Desde o começo do blog e a primeira postagem do sketchbook, muitos desenhos apareceram; muita poesia também foi escrita mas muitas levaram muito tempo para surgirem na cabeça.
 As ilustrações, desta vez, marcam o período em que a inspiração (que demorou muito) me tomou conta durante o intercâmbio. Desde que vim para cá – já são quase 7 meses! – eu não tinha desenhado até fevereiro chegar; mas quando este mês e março chegaram, coincidentemente fiz algumas ilustrações de retratos.



 "Diedrich" é o nome da ilustração que marca este retorno criativo. A ilustração foi inspirada na Stephani – namorada do meu irmão – que por sinal ainda não a conheço e esta me inspirou por me passar boas energias artísticas. Pelos relatos do meu irmão, ele se diz preenchido tanto amorosamente quanto artisticamente com a sua presença e isto também me faz sentir inspirado. A versão original (vista acima) é apenas a aquarela que desenhei e abaixo é a versão finalizada com colagem digital (texturas encontradas no deviantart). A intenção foi passar um pouco do universo em que eu imagino que ela possa fazer parte artisticamente e poeticamente; trazendo serenidade, sinuosidade e até mesmo delicadezas. Talvez seja lado oposto do clima noir que se encontra a musicalidade do triphop ou do Portishead que tanto eu quanto ela gostamos!

"Diedrich"; colagem feita por mim em fevereiro.

 Seguindo a mesma técnica de mesclar aquarela e colagens, eu criei a ilustração que chamo de "GNCLVS". Esta é – mais uma vez – a representação de um amigo (o Matheus) que ainda só o conheço a distância – e foi feita durante uma noite de março. Já tinha imprimido há um certo tempo as texturas que utilizei mas ainda não sabia o que fazer com estas; então foi um ótimo momento de criar alguma composição!


 A mais recente é a "Birch"; colagem feita em homenagem à cantora Diane Birch e também ao lançamento independente do seu novo álbum NOUS. Birch é uma cantora da qual eu gosto muito desde aproximadamente 2010/2011; quando a conheci em comunidades do orkut. Ela é uma cantora de pop com grande influência de jazz e passa uma atmosfera muito serena em suas músicas. O novo álbum, com o nome de NOUS, transmite uma energia muito grande porque reflete o momento em que ela pode realmente criar o seu próprio trabalho sem grandes amarras comerciais. Então, nada mais merecido do que criar algo dedicado a ela!

A photo posted by Willian Salvario (@wsalvario) on

Aos poucos outros relatos possam aparecer conforme novas ideias me preenchem. Espero que gostem!

Até mais!