21 anos de Post (1995) – Björk

terça-feira, junho 14, 2016


 Ontem, 13 de junho, um álbum maravilhoso complementou a mesma idade que eu: 21 anos! Post foi lançado em 1995, pela Björk, é considerado um dos maiores álbum dela e também um marco da década de 90. Sou muito suspeito para falar porque no ano passado eu realizei um projeto acadêmico de design com o nome de Björk's Post 20th Anniversary; consistindo na transcrição do álbum para uma proposta de série animada. Com isto, eu estudei sobre a sua produção, conceito e muitas influências por trás da sua criação. Posso afirmar que foi o trabalho em que tive mais prazer de realizar durante toda a minha faculdade; já que esse foi no meu último e quarto ano. Realizei também um livreto descritivo mostrando todo o enredo que criei; com ilustrações, conceitos e também os pôsteres de divulgação do projeto. Caso queiram vê-lo, é só acessar o meu portfólio.


Björk's Post 20th Anniversary: meu projeto em comemoração ao vigésimo ano do álbum. <3


 Björk considera Post como um álbum destemido porque fala sobre que deixa o seu lar, sua cidade para encarar um novo e inexplorado mundo. O álbum é o reflexo das suas vivências depois de se mudar para Londres; onde ela pôde se adentrar à cena urbana e musical da cidade, absorvendo influências do trip-hop e misturando também com o jazz, a música ambiente e também com a eletrônica – e esta é um dos seus traços mais marcantes ao longo da sua carreira.
 Ela deixa o seu lar para viver coisas totalmente novas; ela descobre que há mais pessoas que pensam como ela e que o álbum consegue ter braveza ao mesmo tempo em que consegue ser assustador. Estes pensamentos me fizeram entrar neste universo de um jeito muito forte porque estava prestes a começar o meu intercâmbio e a minha jornada. Tudo novo. Tudo euforicamente e assustadoramente novo. Então a empatia sobre a grande incerteza que é explorar um novo lugar me tomou conta!

 A abertura de Post é com a música "Army of Me" e esta tem uma pegada agressiva e industrial. É dedicada ao irmão mais novo dela como uma forma de conselho – mesmo que agressivo – para que possa levantar e trabalhar porque não tem nada de errado nele.
 A segunda música – "Hyperballad" – além de ter um clipe poeticamente tecnológico, possui um instrumental muito bonito (que eu recomendo escutar a versão estendida, caso veja o clipe, porque é possível escutá-lo nela). Ela também diz que Hyperballad é "uma música de amor escrita por Aphex Twin"* e o seu conteúdo é um tanto curioso: é a descrição sobre viver no topo de uma montanha e vendo o pôr do sol através de um penhasco. De lá, Björk joga objetivos enquanto pensa em seu próprio suicídio e este ritual lhe permite exorcizar os pensamentos ruins e retornar ao seu amado.
 E por que um suicídio? Por que se desfazer destes objetos? Tudo isto é devido ao sentimento de se livrar das frustrações. Hyperballad é sobre estar tudo bem em um relacionamento apesar de você ter desistido ou cedido de algumas partes de si mesmo porque estar em uma troca amorosa é dar várias partes de você ao ponto de ser um único e simples indivíduo já não é tão importante.  É como se cada um precisasse esquecer um pouco de si dentro de uma relação.


 Como Post é algo aventureiro, as músicas atravessam pelos mais diferentes climas. Em alguns momentos é totalmente eufórico, agitado e agressivo – como em "Enjoy"; "It's Oh So Quiet" e "I Miss You"; em outras é simplesmente analítico, calmo ou esperançoso  – por exemplo, em "The Modern Things" e "You've Been Flirting Again" ou "Isobel" – você sabia que este último foi dedicado a Elis Regina?! Pois é! Em outros possui um tom um tanto misterioso e tenebroso – tendo estas características em "Cover Me" e "Headphones".


 Uma das músicas que eu mais gosto – seja pelo conceito da letra quanto o instrumental ou clipe – é "Possibly Maybe". Björk a considera como a "primeira música sombria*" dela porque ela diz que esta não "estava trazendo esperança"; que estava se sentindo envergonhada já que que o sentimento de ser feliz ou ser furiosamente otimista é algo muito islandês. Foram tempos difíceis para Björk pois parecia que nada estava acontecendo.
 O que me atrai em Possibly Maybe* é desenvolvimento da obra como se fosse cada mês do ano. O primeiro verso é fevereiro e o seguinte é março; é como se fossem 30 segundos entre cada um dos versos para dar sequência ao próximo mês. A tentativa é demonstrar a passagem do tempo em um relacionamento ou os diferentes estágios de uma separação.


 Eu poderia ficar horas e horas comentando sobre os encantos de cada composição do Post se me deixassem, haha.  É um álbum que me representou muito no ano passado e ter desenvolvido um projeto baseado nele me deixou ainda mais admirado. Espero que esta postagem lhes motive a conhecê-lo e que vejam também o livreto do meu projeto gráfico porque talvez possam lhe ajudar ainda mais a ilustrar visualmente este aniversariante.

Feliz aniversário, Post!

Até mais!

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