O sexto mês distante

sábado, março 12, 2016

Cogne: a primeira (pequena e bela) cidade que visitei.

 Mais um dia 9 chegou; passou e com este veio a contagem de mais um mês longe de casa. Agora, são 6 meses em Turim; 6 meses em um país diferente e com um turbilhão de experiências – tanto boas quanto algumas ruins – acumuladas na memória. A passagem do tempo é tão confusa e diferente quando se está vivendo distante; os meses voam; a vida corre tanto aqui e na querida terra de origem ao mesmo modo em que parece tudo apenas começou ontem.
 Os choques – sejam culturais, sociais ou linguísticos – aparecem constantemente. Desde o início eu tinha me proposto este desafio porque sair do constante estado de conforto é; muitas vezes, preciso para uma efetiva autoanálise. A saída do comodismo nunca foi tão forte; nunca foi tão rápida ou brusca como tem sido em muitos momentos.

Um risotto al pesto um pouco adaptado por mim.

 Redescobri em mim coisas que há muito tempo não pratica apenas pela praticidade ao meu redor: a culinária; por exemplo, virou um grande interesse. Confesso que deveria ter me focado nisto antes porque minha mãe é confeiteira (além de trabalhar com outras áreas da panificação) e sempre tive à disposição alguém para me auxiliar mas obviamente era mais oportuno somente apreciar o resultado final. Por outro lado, a distância me fez pegar o gosto por pesquisar mais sobre diversas receitas, me interessar pelo valor nutricional daquilo que eu como e me pego muitas vezes lendo sobre isto nos horários mais inusitados!

O Café des 2 Moulins e Amélie.

A pequena cidade de Fenestrelle e minha primeira neve.

 Por aqui, dependo apenas de mim. Por aqui, preciso saber lidar com o novo e aproveitar o momento apesar da ausência de quem esteve sempre junto para poder fazê-lo com as novas presenças. O percurso – por mim mesmo – me traz sempre boas lembranças. Parte da minha viagem a Paris, em outubro, com o percurso pelo bairro de Montmartre e a famosa Rua Lepic (onde tem o "café da Amélie" ou o "Café des 2 Moulins") foi feito sozinho porque meu grande amigo Guto teve de ir embora antes de mim. Não falo francês; mas me virei. Estava sozinho; mas aproveitei intensamente e a descoberta foi ainda mais intensa.
 Com as novas amizades, a descoberta foi de algo muito esperado e igualmente atrasado em suas previsões meteorológicas: a neve! Esta veio um tanto tarde – quase no fim do inverno – mas conseguimos conhecê-la. A pequena, porém calorosamente querida, cidade de Fenestrelle teve uma tarde animada por nós em contraste com todo este gelo. Sobre viagens, a minha primeira foi para Cogne e fica nas regiões de fronteira entre França e Suíça (com direito a um diferente sotaque afrancesadamente italiano).

Gelateria Monginevro, La Romana e La Voglia Matta <3

 Não poderia deixar de lado uma das maiores famas da Itália. Conhecer cada uma das gelaterias é uma atividade quase nada prazerosa! O primeiro e grande gelato que comi foi na falecida Monginevro (mas infelizmente fechou); outra muito famosa é a La Romana; mas o meu coração tem um enorme espaço para apenas uma: La Voglia Matta (ou "a vontade louca" em português); com gelatos gigantes por apenas 2 euros – tendo o simpaticíssimo Giovanni como dono – não tem como não amar. Também, se fosse para recomendar a alguém alguns sabores, diria a combinação de tiramisù (parece um bolo!), café ou chocolate e nutella (este último ele o coloca na hora!).

O meu canto em Turim.

 Apesar das ótimas vivências, a vida acadêmica não tem sido nada como o esperado. É impossível vir sem ter criado certas expectativas – mesmo tendo tentado não criar muitas – e me encontrar confuso ou incompreendido é um tanto desanimador. Ainda não consegui compreender corretamente o jeito de desenvolver o projeto de design aos moldes italianos; também ainda não tive a oportunidade de ter contato com bons professores ou compreensíveis com os estrangeiros. De qualquer modo, pode ser que o método não conflituoso àqueles que são de fora mas funcione muito bem a eles. Não sei dizer ainda. Mas tudo serve como auxílio para enxergar os esforços e o quão boa em design é a minha universidade de origem.
 Entre as oscilações que se baseiam esta grande montanha-russa emocional que é um intercâmbio; eu me encontro e preciso reunir minhas forças e otimismos porque o novo semestre acadêmico está apenas começando.

Até mais!

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